300 Anos do Patriarcado de Lisboa |
«Novas grandezas que já pareciam impossíveis à imaginação» A Música e as Arte Visuais na 25 e 26 Novembro 2016 | Palácio Nacional da Ajuda
A elevação da Capela Real de Lisboa à dignidade de basílica metropolitana e patriarcal em 1716 no âmbito das complexas relações políticas, diplomáticas e eclesiásticas entre D. João V e a Santa Sé constitui uma especificidade singular no panorama europeu ao proporcionar a fusão da capela de corte (instituição paralela à das restantes monarquias do Antigo Regime, que assim passava a incorporar a mais alta hierarquia da igreja portuguesa) com o sumptuoso cerimonial inspirado nos modelos rituais e estéticos das Capelas e Basílicas Pontifícias. Sucessivamente engrandecida com privilégios litúrgicos e património artístico e servindo de impulso à renovação das estruturas musicais da corte, a Patriarcal viria a converter-se numa instituição peculiar no quadro dos organismos eclesiásticos do mundo católico ao mesmo tempo que reforçava a dimensão sacral da monarquia Absoluta. Espaço privilegiado de representação simbólica que aspirava a emular o Vaticano, a Capela Real e Patriarcal de Lisboa combinava numa lógica de "obra de arte total" a pompa litúrgica e o cerimonial áulico, as artes plásticas e a teatralidade do ritual sacro, o poder retórico da palavra e da música. Como escreveu João Baptista de Castro, nela exercitou D. João V "novas grandezas que já pareciam impossíveis à imaginação". Apesar das vicissitudes históricas e das mudanças políticas, sociais e culturais ocorridas até ao final do Antigo Regime, a Patriarcal foi uma das marcas características da sociedade portuguesa da época, com implicações complexas a vários níveis que, na sua maioria, carecem ainda de estudo aprofundado. Assinalando os 300 anos do Patriarcado de Lisboa, o presente colóquio pretende reavaliar e fomentar novos olhares sobre o papel da Patriarcal no âmbito da promoção da música e das artes visuais, tendo em conta quer a sua funcionalidade cerimonial, quer o seu impacto para além do estrito âmbito cortesão e eclesiástico. Contrariando a tendência para uma abordagem compartimentada por áreas do saber, pretende-se promover uma abordagem transversal, devidamente contextualizada no âmbito da história política, religiosa e cultural, englobando vários domínios artísticos, bem como situar o caso português no panorama internacional.
25 Novembro (sexta) 9h30 Acolhimento I PAINEL 10h15 ANTÓNIO FILIPE PIMENTEL | MNAA
11h30 Intervalo 12h00 NUNO SALDANHA | IADE-U 13h30 Almoço II PAINEL 15h30 D. MANUEL CLEMENTE | Cardeal-Patriarca de Lisboa
17h00 Intervalo 17h15 MARIA JOÃO ALBUQUERQUE | INET-md, FCSH-NOVA 18h30
26 Novembro (sábado) III PAINEL 10h00 RUI VIEIRA NERY | INET-md, FCSH-NOVA; FCG
11h45 Intervalo 12h00 TERESA LEONOR VALE | ARTIS-IHA, FLUL
Programa Descarregar Cartaz Descarregar
Inscrições Entrada livre, mediante inscrição prévia obrigatória, através do seguinte formulário:
Organização Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos de Música e Dança da FCSH-NOVA
Informações (+351) 218 855 481 | patriarcal300anos@bensculturais.pt
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