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OS ESPAÇOS LITÚRGICOS DOS PRIMEIROS CRISTÃOS

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OS ESPAÇOS LITÚRGICOS DOS PRIMEIROS CRISTÃOS. Fontes literárias dos primeiros quatro séculos.

Autor: Isidro Pereira lamelas.

Prefácio: D. José Manuel Garcia Cordeiro.
Fátima: Secretariado Nacional de Liturgia, 2021.
Desc. Física: 320 p.; 21 cm.
ISBN 978-989-8877-88-8

 

«Nos dois primeiros séculos, não existiam propriamente lugares fixos para a ação litúrgica. Por exemplo, o Batismo era realizado onde houvesse água. Para ouvir a Palavra de Deus e celebrar a ceia do Senhor serviam as salas amplas de algumas casas. Assim surgem as “domus ecclesiae” que são adaptadas às necessidades dos encontros dos cristãos. Nestas começa um processo de ritualização e sacralização que leva a reservar determinada sala, mesa ou cálice usados por um apóstolo ou outra testemunha da fé. As “domus ecclesiae” vão-se estruturando respondendo também às várias necessidades da comunidade: litúrgico-celebrativa, de acolhimento, caritativo, residência do responsável da comunidade. Os vários lugares são articulados entre si e o mais importante está reservado para a ceia do Senhor.

À medida que a Liturgia se vai estruturando, principalmente a partir do século III quando as comunidades crescem enormemente, são necessários espaços maiores: a aula da celebração ganha importância e surgem as basílicas. O termo “ecclesia” é então usado para indicar o lugar da reunião dos fiéis. Com Constantino, a imagem exterior do lugar do culto cristão começa a espelhar a grandeza da sua verdade interior. Passa-se assim do facto celebrativo ao lugar da celebração: o enriquecimento do lugar, e a sua decoração que se faz mistagogia, pretendem que ele seja digno do Rei divino que aí mora – a “domus Dei”, “a domus Regis” ou simplesmente basílica. A sua dedicação constitui uma festa do povo de Deus, uma manifestação esplêndida da igreja saída da perseguição.

As basílicas – sobretudo aquelas com plantas redondas ou octogonais que assim queriam trazer as formas perfeitas da eternidade à terra, e aquelas decoradas com mosaicos que mostram o Cristo Pantocrator e a corte celeste – quiseram reforçar a dimensão transcendental do espaço litúrgico.

No século IV os cristãos começaram a construir monumentos sobre o túmulo dos seus heróis da fé. As relíquias dos santos metiam-se sob o altar e o altar tornava-se o túmulo do mártir (“altar da confissão”).

Deus para Se revelar e comunicar usa sinais sensíveis. Por isso, a liturgia é feita também de sinais sensíveis. A presença real e viva de Jesus na Liturgia deve ser percebida e sentida, como que de maneira palpável. O próprio espaço celebrativo deve comunicar esta presença.

Determinante é a ordenação do espaço sagrado em função do trinómio: altar – ambão – sede. À volta destes três elementos congrega-se a assembleia: uma comunidade de escuta da Palavra de Deus, uma comunidade orante, e uma comunidade que vive dos sacramentos. A igreja é, pois, assim a casa da Igreja, isto é, morada da comunidade convocada.

A publicação de algumas fontes bíblicas, patrísticas, magisteriais, autores eclesiásticos e outros textos, resultado da reconhecida investigação do Padre Isidro Lamelas, oferece em língua portuguesa a literatura inestimável dos primordiais quatro séculos da história da Igreja para o estudo da arquitetura e das artes para a Liturgia.» (D. José Cordeiro, no Prefácio)







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